Titre Assistência Técnica
Thème - Territoire
Slogan Se morar é um privilégio ocupar é um direito!
Descrição / Relato
Esta oficina é um convite ao amplo público do FSM para acessar os conteúdos abordados na disciplina de Metodologias e Técnicas para Projetos Participativos, presente no contexto da extensão universitária voltada para Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade, na implantação da 3ª Edição da Residência em Arquitetura e Urbanismo RAU+E/UFBA. Será trabalhado o significado da moradia conquistada a partir das lutas sociais, no contexto da multiplicidade do público que a demanda, a ação do Estado e visões alternativas. Busca-se refletir sobre o significado desta moradia no horizonte do processo de territorialização dos grupos sociais organizados, considerando a possibilidade de coexistências de questões sociais e ecológicas que, historicamente, caminharam separadas ou envolveram conflitos. Assim, não deixando de considerar os processos fundamentais para as conquistas almejadas, busca-se refletir sobre a importância das construções das coletividades e das conectividades por meio do reconhecimento do lugar das práticas comunitárias emergentes em suas diversas escalas.
As coletividades são consideradas como resultados de construções históricas e cotidianas dentro de um contexto de diferenças e adversidades, porém numa perspectiva de constituição de um grupo. Dessa forma, o construir da coletividade passa por um entendimento das questões de interesse comum e coletivo do grupo, acrescidas das demandas de cada um ali presente, num processo que repercute no fortalecimento político, identitário e da afetividade entre as pessoas e destas com o lugar.
Em relação as conexões relacionadas a moradia, valoriza-se o debate que varia entre a escala de cada família, dos núcleos habitacionais e do contexto social onde está inserida. Para tanto, considera-se o termo conexão como ligação, amarração, junção, acoplamento, vínculo, união. Busca-se, assim, relacionar as possibilidades que as pessoas que lutam pela moradia têm de se reproduzir socialmente, para reestabelecer conexões que articulem o trabalho numa rede social multiescalar integrada com a natureza, por meio do resgate do significado de cada pessoa e suas interações com o meio ambiente. Tais conexões seriam vistas como fundamentais para a reprodução social, tanto de cada família envolvida, como dos grupos sociais organizados.
Para além dos impactos sociais e ambientais recorrentes, as variáveis vinculadas às conectividades propostas subsidiam o reconhecimento de coexistências socioecológicas presentes em cada grupo constituído em um lugar, analisando as relações entre Iniciativa-Comunidade-Natureza-Urbanismo, sendo este último constituído pela Moradia Social, considerando a moradia e seu entorno.
Utilizando-se de Metodologias Integrativas (MI) busca-se trabalhar com os participantes desta oficina elementos que os tornam passíveis de se constituírem num grupo. As danças circulares e a roda de diálogo, por meio da escuta sensível e da comunicação assertiva (não-violenta), dentre outras práticas integrativas, serão utilizadas para facilitar a imersão nas conectividades presentes entre cada um, todos e o meio natural, buscando-se trazer sensorialmente aspectos inerentes a construção de conectividades.
Pelo viés proposto, a partir da apreensão de construções de coletividades e de conectividades, busca-se compreender como a moradia, fruto do processo da luta social, ganha amplos significados ao incorporar, de forma contextualizada, práticas comunitárias emergentes em contextos diversos, como em ecovilas, ecobairros, iniciativas urbanas em contextos desiguais e comunidades rurais de camponeses, buscando desconstruir práticas recorrentes e construir um campo propositivo de ação que amplia a capacidade transformativa de espaços degradados em “lugares” de conteúdo social e ecológico, com suas amplas dimensões.
Facilitadoras: Heliana Faria Mettig Rocha (RAU+E/UFBA) e Paula Adelaide Mattos Moreira (RAU+E/UFBA)
Data/hora
Date(s) - 16/03/2018
14:30 - 16:30
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