
Foto: Luís Filipe Pereira
A convergência de lutas do povo negro esteve em pauta nesta quinta-feira (15) no Fórum Social Mundial. Com objetivo de promover a interação e o entendimento da diáspora negra no século XXI, o debate reuniu representantes de sete países, entre eles o guineense Mamadou Djabi Djalo, da organização da Juventude Panafricanista, a francesa Mireille Fanon-Mendès-France, do conselho internacional do fórum.
“Antes de qualquer coisa, nossa luta aqui é firmar um compromisso que resulte em uma luta negra internacionalista. Para que possamos compreender a dimensão dos problemas e pensar em soluções de maneira integrada”, disse Gilberto Leal, da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
Para a ativista congolesa Hortense Mbuyi, os esforços da comunidade internacional para intervir nos países do centro do continente muitas vezes não representam por si só uma ajuda, já que acabam sendo norteados por interesses políticos e empresariais.
“Ninguém percebe o que se passa no Congo, mas também me pergunto a quem interessa a verdade sobre o país. Meu país é um dos mais ricos do mundo em reservas naturais e está entre os mais pobres economicamente falando. Como isso é possível?”, questionou.
A solução passa pela convergência de ideias e de luta, que representem uma mudança prática a médio e longo prazo. “As empresas mineradoras tiram a dignidade dos africanos. Justificam a vinda dessas empresas como desenvolvimento para os países. Mas temos altos níveis de desemprego, somos excluídos”, avaliou o ativista ambiental Matheus Ban.
Para a peruana Carminda MacLorin, uma das articuladoras do fórum realizado há dois anos no Canadá, é necessária uma ampliação no debate, que possibilitem a aplicação de novas políticas. “A convergência precisa significar algo além da simples integração, e permitir um futuro melhor para a juventude, as mulheres e o meio ambiente”.
Comunicação Compartilhada FSM 2018
Luís Filipe Pereira