Axe - Territory
Slogan
Descrição / Relato
Justificativa
No ano de 2015, 50mil mulheres negras, marcharam em Brasília posicionando-se contra o racismo e a violência e pelo Bem Viver. Nos dois anos seguintes, o Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro tem repetido este ato e, no último domingo de julho, realiza sua Marcha na Avenida Atlântica, Copacabana – área nobre do Rio de Janeiro, local de residência de políticos, empresários e outros grupos que constroem e mantém as opressões, o colonialismo e a colonialidade.
A Marcha de Mulheres Negras do Rio de Janeiro tem se constituído em fundamental ferramenta de mobilização e organização das mulheres negras em todo estado, fortalecendo o alinhamento político, a unificação das lutas, a formação de lideranças e, construindo, com isso, maior capacidade de pressão, denúncia e também atuação coletiva no sentido de reverter os danos que o racismo e o sexismo, enquanto formadores do “sistema mundo” tem nos causado.
Partindo deste posicionamento, passamos a ocupar, estrategicamente os conselhos da Mulher e do Negro da capital do Rio de Janeiro e de outras cidades, produzimos o documento Nosso voto, nossa voz, nossa vez, em que afirmávamos nosso voto, exclusivamente em mulheres negras, além de trazermos o desenho político da cidade que queremos. Também ocupamos a Comissão da Verdade sobre a Escravidão na OAB, para que mulher negra e os desdobramentos de sua luta , que “vêm de longe” não seja minimizados e, desde agosto de 2017, a Resolução 396/17 estabelece o Fórum Permanente de Diálogos das Mulheres Negras com o Legislativo e, deste lugar, realizamos intervenções políticas antirracistas junto `as deputadas e aos deputados, que, dentre outras coisas, rediscute e revisa o orçamento daquela casa, de modo que o mesmo contemple as muitas demandas da população negra do Rio de Janeiro.
Este ano, em que acontece o FSM, no Brasil, em Salvador, percebemos que não podemos ficar invisibilizadas e silenciadas. Precisamos apresentar ao mundo como o Estado do Rio de Janeiro tem sido cruel, como estes governantes ( Governador e Prefeitos) têm perpetrado sobre nós todo o tipo de violência : violência que brota do profundo racismo que não reconhece nossa humanidade e nos mata, como, por exemplo, o que tem ocorrido da favela da Rocinha, em que, desde de novembro de 2017, em estado de Guerra, carros blindados invadem o local e deixam mulheres sem luz, sem água e matam, indistintamente, crianças, mulheres, trabalhadores ou meliantes.
Escolas públicas não dão da escolaridade efetiva, em muitos casos a merenda também inadequada, de modo que criança o e jovem se evadem e, as que permanecem, principalmente as mulheres negras, apresentam os mais baixos desempenhos. O Estado é omisso no que se refere `a implementação da 10.639/03, Lei que obriga o ensino da História e Culturas Africanas nas escolas públicas e privada e em todos os níveis de escolaridade. Omissão que chega ao escárnio (Episódio do Secretário Municipal de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro que referiu-se `as questões raciais com um palavrão). Não nos esquecemos da UERJ, primeira universidade do estado a abrir cotas raciais e, neste momento, agoniza, fechando suas portas aos sonhos da formação em nível superior
Há ainda os casos de feminicídio e violência doméstica que perfazem um total de o dobro de mulheres negras atingidas por tais crimes, confirmando o fato de que os casos de violência sobre a mulher negra aumentaram em oposição `as mulheres brancas, para as quais houve redução expressiva. Junta-se, então aos casos de mortalidade materna, em que 66,9% desses são mulheres negras e ainda o não acesso digno aos equipamentos e serviços de saúde, incluindo remédios e curativos.
A juventude negra tem sido morta, largadas nos becos como se suas vidas fossem nada. Os dados de Genocídio da juventude negra chegam a números alarmantes, sendo, o Rio de Janeiro, um dos estados que apresentam maiores índices de homicídios. Jovens e crianças negras têm sido mortos, baleados nas escolas e no ventre de suas mães e aos sobreviventes têm sido retirado o direito ao Lazer, `a Cultura, `a Dignidade. Todas as questões apresentadas, afligem diretamente `as mulheres negras. Por isso, alinhadas ao Eixos aos seguintes eixos de discussão do FSM 2018:
Culturas de Resistências;
Democracias;
Direito à Cidade;
Educação, Emancipação e Soberania dos Povos;
Feminismos e Luta das Mulheres;
Lutas Anticoloniais;
Vida Negras Importam;
Um Mundo sem Racismo, Intolerância e Xenofobia.
Nós, mulheres negras do Fórum ´
Estadual de Mulheres Negras RJ queremos dizer para nós mesmas e para o mundo que VIDAS NEGRAS IMPORTAM. NOSSAS VIDAS IMPORTAM.
Objetivo: Realizar oficina para denunciar do racismo e da violências praticadas pelo Estado do Rio de Janeiro e como estes têm atingido diretamente as mulheres negras.
Metodologia:
Sensibilização : vídeo da marchas das mulheres negras
Reflexão : Conhecendo as mulheres negras: o que vimos e o que ouvimos
Desenvolvimento: Dividir os participantes em grupos com os temas
Mulher Negra e violência policial
Mulher Negra e violência intelectual
Mulher Negra e Violência Doméstica
Mulher Negra e Genocídio da Juventude negra
Serão distribuídas notícias de jornal, excertos de textos teóricos, poemas relacionados ao tema. Os grupos discutirão e ao final montarão o painel O que temos/ o que queremos.
Estes painéis formarão o painel maior que será afixado em local externo formando o cenário da concha acústica para apresentação do Rapper Bk, Rap das Minas ,Prrhesia em Movimento, Coletivo Negras de Periferia
Culminância
Leitura do documento final que será encaminhado aos organismos internacionais presentes no FSM/2018 na concha acústica, antes da apresentação do rapper BK.
Duração :
Oficina: 15:00 `as 17:00
Culminância : 19:00 `as 21:00
Data/hora
Date(s) - 15/03/2018
15:00 - 21:30
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