Thème - Territoire
Slogan Rien sur nous, sans nous! “Pas juste moins!
Descrição / Relato
Apresentação:
A proposta da atividade consiste na apresentação de metodologias participativas de apropriação pelas comunidades das ferramentas universais de aferição da realidade, com enfoque especial sobre a determinação social na geração das iniquidades em saúde. Observa-se que os movimentos comunitários foram se desarticulando ao longo do tempo e a população vem perdendo seus direitos sociais conquistados, com isso é necessária a retomada da motivação, da consciência crítica e da valorização do espaço de reflexão-ação para os sentimentos de luta e resistência.
Neste contexto utiliza-se recursos com temas transversais da Agenda 2030- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que é um compromisso de ação global da ONU assumido por 193 países para diminuir as desigualdades sociais e garantir os direitos humanos de todos no mundo pelos próximos anos.
As comunidades e seus múltiplos territórios têm um papel substancial no processo de transformação social e é com essa prerrogativa que a equipe social da Fiocruz/Fórum Itaboraí Política, Ciência e Cultura na Saúde – se empenha na construção de métodos de aproximação e articulação comunitária, de modo a tornar o universo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) uma oportunidade e uma ferramenta para a tomada de consciência crítica e participativa como processo de efetivação da promoção da saúde e do bem-estar das comunidades.
Justificativa:
O sentido da utilização e desenvolvimento de metodologias participativas está na crença de que é preciso aprimorar e afinar conhecimentos, resgatar a oralidade e a escuta da população – identificar e respeitar os aspectos socioculturais – valorizar a vida e o compromisso com a sociedade do futuro. Numa perspectiva local, os laços se constroem e as interligações também, e é assim que se inicia o processo de sensibilização para a participação ativa.
E qual a lógica com a agenda 2030? No senso comum, os objetivos e metas parecem estar distantes e direcionados somente aos gestores públicos, e num contexto de precarização dos direitos cidadãos, são percebidos como alijados da população e das comunidades. Assim sendo, busca-se ferramentas pedagógicas para o envolvimento da comunidade e dos profissionais que ali atuam, procurando ao mesmo tempo integrar as diversas dimensões da política, da saúde, a assistência social, a educação, a habitação, o transporte e o meio ambiente.
Objetivos:
– Estimular o diálogo, a criatividade, a coletividade, a consciência crítica e estratégica através da observação e análise dos problemas intrínsecos à vida comunitária para criação de coletivos e organização comunitária.
-Fortalecer as potencialidades individuais e coletivas e o protagonismo para a interlocuções intersetoriais.
-Trabalhar a transversalidade dos ODS no território, possibilitando às comunidades identificar os problemas que vivenciam no cotidiano, monitorar as políticas públicas de modo a exercer o controle social.
Metodologia:
As ferramentas pedagógicas participativas propostas neste contexto se constituem em mobilizações, através de métodos do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), utilização de jogos para estímulo à memória e dinâmicas que fomentem a discussão e a associação de dados e informações de aspectos vivenciados pelos moradores. As dinâmicas despertam as percepções e estimulam os grupos a pensar sobre os pontos positivos e os negativos de um determinado território, partindo de sua própria história. Essa contextualização propicia a reflexão sobre o lugar que o indivíduo ocupa e sua relação como um fragmento importante da história local.
Considerações:
Apesar das contradições da conjuntura política global e dos entraves sociais e econômicos perpetrados pelas políticas neoliberais e de “austeridade”, como o congelamento dos gastos em políticas públicas essenciais e a consequente perda de direitos sociais, é necessária a ampla e permanente busca pela retomada” do sentimento de pertencimento, das lutas e das articulações populares. Lidar com o descrédito e a desconfiança da população que desvanece sua história e seus direitos que são “violados todos os dias” dever ser analisado numa perspectiva do materialismo histórico. E a nível de intervenção metodológica precisa ser estratégica para que se possa elaborar meios consistentes com ferramentas propulsoras do processo popular participativo.
Elaborar, pensar e planejar estratégias para atuação “nas trincheiras” diante dos movimentos contrários existentes é um desafio constante. A população anseia por escuta e por organização coletiva.
Por fim diante da conjuntura macropolítica, as palavras perseverança, participação e resistência devem estar presentes no cotidiano e nos territórios.
Data/hora
Date(s) - 15/03/2018
10:00 - 12:00
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