Título Conferência: "A era do capital improdutivo: O FSM 2018 e a ampliação das resistências"
Tema - Território
Lema Nenhum direito a menos!, Relatos
Descrição / Relato
Cobertura
Descrição Inicial
Conferência seguida de debate, onde será analisada a história recente da economia brasileira, percebida como um exemplo para a análise da conjuntura planetária. Uma melhor compreensão do caso brasileiro, por suas escandalosas dimensões, pode contribuir para gerar a necessária transparência do funcionamento financeiro na arena internacional e dar suporte a ações de resistência, a propostas de resgate da economia produtiva e de controle sobre as políticas econômicas. A Conferência, realizada pelos parceiros Instituto Paulo Freire, CUT, IDEC e Fundação Perseu Abramo, contará com a participação do professor Ladislau Dowbor, autor do livro “A era do capital improdutivo”.
MESA DE CONVERGÊNCIA
Educação popular, comunicação e conhecimento: ataques ao conservadorismo e experiências de resistência.
Resistir contra:
- A negação do direito à educação pública, gratuita e para todos/as.
- A violação do direito à comunicação para todos/as.
- A repressão a manifestações populares, ao calar de vozes de lideranças populares.
- Aos sistemas patriarcais e de morte.
Como :
- Formação política : recuperar nossas histórias, nossa identidade. Sistematizar nossas “dores” , explicitar para transformar.
- Defender nossos corpos como territórios em disputa.
- Acesso a informações de modo igualitário para toda a população. Não há democracia sem democratizar a comunicação e sem garantir liberdade de expressão para todos/as.
- Desenvolver redes de comunicação alternativas , comprometidas com o fortalecimento de diferentes culturas e com lutas sociais.
- Desenvolver discursos contra hegemônicos, disputar sentidos.
- Garantir autonomia para as mídias públicas.
- Ampliar a ocupação dos diferentes espaços das universidades, desenvolvendo ações dos movimentos sociais.
- Fazer com que as novas tecnologias de informação e comunicação sejam colocadas à serviço dos direitos humanos.
- Valorização das expressões culturais da juventude, como afirmação de resistência e construção de identidades.
Destaques finais:
- Aproximação de universidades com movimentos e lutas sociais.
- Subverter “as ordens” dos sistemas de educação.
- Promover cada vez mais reflexões sobre a importância da comunicação na colonização ou descolonização das mentes.
Documento apresentado pelo CEAAL na Assembleia Muncial dos Povos e Movimentos em Luta, dia 16/03/2018, em Salvador, Bahia.
O Conselho de Educação Popular de América Latina e o Caribe, CEAAL, participou ativamente no FSM 2018 organizando duas atividades de convergência e três atividades autogestionadas.
Baseado nelas, sintetiza as principais reflexões por meio das seguintes afirmações:
- Nossas resistências se expressam em um momento histórico em que se impõem uma ofensiva conservadora, neoliberal, racista, patriarcal, colonialista, e, por outro lado, a luta dos povos por um outro mundo (democrático, solidário, com base na justiça social, equitativo e respeitoso das diversidades). Nesse momento histórico, vivemos uma disputa radical que não é só nos campos econômico, político, ideológico, social e cultural, mas é fundamentalmente uma disputa ética entre os valores do mercado e o lucro e os valores do cuidado da vida.
- Neste contexto, há também duas concepções ou modelos de educação em disputa. Por um lado, a educação hegemônica, neoliberal e ao serviço dos interesses do mercado e dos grandes capitais. Por outro lado, uma educação popular, libertadora, dialógica, a serviço da soberania e dos interesses populares e que permita construir a autonomia dos sujeitos da transformação social. Nesse sentido é uma disputa entre uma educação autoritária e antidemocrática, contra uma educação democrática e democratizadora.
- Acreditamos na importância de impulsionar múltiplos processos de formação politica desde as bases e os territórios e as culturas populares, que respondam à diversidade de problemáticas e necessidades particulares no marco de um paradigma de transformação global.
“Um outro mundo possível” não deve ser somente uma voz de ordem, deve ser uma prática cotidiana que possibilite a construção em todos os campos da vida, relações democráticas, justas, equitativas e solidárias, entre todas as pessoas e todos os povos”. Desde essa prática cotidiana vamos construir os alicerces de essa outra maneira de viver para o futuro da humanidade.
Esse desafio, a coerência entre nossos sonhos e nossa prática, é o grande desafio de uma educação popular como processo político-pedagógico transformador. Como diz aquela música de Gonzaguinha: “Vamos lá fazer o que será”.
Mesa de diálogo
A educação frente às políticas neoliberais: resistências e propostas
Resistir:
- À mercantilização da educação, à entrega das universidades ao capital estrangeiro. Universidade não se vende, se defende.
- À criminalização de movimentos estudantis.
- Ao crime que o governo golpista está fazendo com a alfabetização, com cortes políticos à verbas de estados que possuem governos de oposição.
- À mudança da função social da escola. A escola deve ser emancipadora e não adestradora, tendo como objetivo o mercado.
Como:
- Lutar pelo direito à educação, unidos aos movimento sociais e populares que defendem esse direito.
- Reinventar nossas lutas e nossas pedagogias, desenvolvendo pedagogias feministas, pedagogias da revolução, que promovem a leitura do mundo e a construção de possibilidades de enfrentamento, de transformação.
- Construir um grande movimento nacional contra os avanços do neoliberalismo.
- Realizar uma caravana que percorra as universidades do país, promovendo debates sobre a importância da garantia de uma educação pública, gratuita e de qualidade social.
- Realizar alianças entre partidos políticos e associações de pais e estudantes , criando uma plataforma pela escola pública.
- Fortalecer lutas coletivas em defesa de direitos comuns, a partir dos ataques sofridos nos diferentes territórios.
- Fortalecer o diálogo, o compartilhar de experiências de educação emancipadora e de resistência à mercantilização da educação, ente os diferentes países.
- Realizar novas edições do FMEPT- Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica.
- Recuperar a história da primavera estudantil de estudantes secundaristas de 2015, sistematizar e divulgar.
- Denunciar as intervenções e a destruição das universidades públicas. Defender a existência de universidades emancipadoras que contribuam para a soberania nacional.
- Buscar fortalecer os sindicatos, recuperando seu potencial de intervenção.
- Criar plataformas de governo aberto, que possibilitem o diálogo entre pessoas e grupos de diferentes posições políticas.
- Fazer educação política em todos os espaços, “inclusive na mesa e na cama”.
- Refletir sobre qual projeto de nação estamos construindo?
- Garantir espaços de exercício de cidadania desde a infância.
Quando:
Agora. Fortalecer o Fórum Mundial de Educação e potencializar sua incidência.
Data/hora
Date(s) - 15/03/2018
10:00 - 12:00
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